“Abrasados pelo amor de Cristo e amparados pelo exemplo de nossos santos missionários, os frades vão em missão impelidos pelo desejo de servir as Igrejas particulares na obra da evangelização.” (Constituições Capuchinhas 177, 2)
A realização do primeiro Encontro Pan-americano dos Capuchinhos em 2022 foi tempo de retomar questões permanentes e sempre urgentes da atuação apostólica dos frades. Nas reflexões e no documento final ficou evidente a preocupação em observar as Constituições quando afirmam que Deus suscita a vocação missionária no coração dos irmãos.
Desde as primeiras orientações dadas aos frades, o zelo missionário está presente. Este é um sinal de que a ação de Deus move o carisma capuchinho desde que os primeiros frades quiseram empreender um novo impulso na Ordem dos Frades Menores. Assim consta nas Ordenações de Albacina
“Ordena-se também aos prelados que não deixem ficar ociosos os pregadores aos quais o Senhor conceder tal graça, mas os façam trabalhar na vinha do Senhor.” (Ordenações de Albacina, 24)
Conversão Missionária
Outro apelo que o as deliberações do Encontro Pan-americano propuseram é que em todas as circunscrições ocorra uma verdadeira conversão missionária, abraçando tal tema como prioridade nos Capítulos e planos trienais. Isso implica, é claro, em formar para a Missão desde as etapas iniciais até a permanente.
Ter frades preparados para a missão, bem como superiores que compreendam esse chamado também um tema que se repete desde os primeiros documentos da Ordem. Já nas Constituições de Santa Eufêmia constava um texto parecido com o que aparece nos documentos atuais (Cf Constituições 178).
“Os prelados não considerem que os frades são poucos nem se doam pela partida dos bons, mas, colocando toda sua solicitude e afã naquele que tem contínuo cuidado por nós, façam em todas as coisas como ditar o Espírito de Deus e disponham tudo com caridade, que não faz mal nenhuma coisa.” (Capítulo XII das Constituições de Santa Eufêmia)
“Naquela mesma hora”
Em sua Mensagem para o Dia Mundial das Missões 2023, o Papa Francisco fala sobre a urgência da ação missionária da Igreja, especificamente de uma cooperação missionária, cada vez mais estreita, de todos os seus membros a todos os níveis. No âmbito sinodal, este é o objetivo essencial da a Igreja que propõe comunhão, participação, missão.
O que inspira o Mês Missionário neste ano é exatamente a atitude dos discípulos de Emaús que uma vez que sentiram o coração arder se colocaram a caminho. “Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram para Jerusalém” (Lc 24, 33).
Desde os primórdios do movimento franciscano essa foi uma preocupação e hoje segue a necessidade de cumprir a vocação para a qual todo capuchinho é chamado:
“Conforme o ensinamento de São Francisco, os frades missionários enviados às diversas partes do mundo vivam espiritualmente entre as pessoas, isto é, submissos a toda criatura humana por amor de Deus, com grande confiança testemunhem a vida evangélica por meio da caridade; e quando virem que isso agrada a Deus, anunciem abertamente a palavra da salvação.” (Constituições Capuchinhas 177, 1)